
A minha vida em Biologia e Geologia
Fotografia: Sofia Costa
Sistemática Classificações Biológicas
Taxonomia e Sistemática
Ciências que se ocupam da classificação dos seres vivos, formando grupos de acordo com critérios pré-estabelecidos.
Sistemas de classificação
Classificações práticas – agrupamentos de seres vivos de acordo com o seu interesse ou utilidade para o Homem. Persistem até hoje.
Classificações racionais - agrupamentos dos seres vivos de acordo com as características que apresentam.
Classificações Racionais
Classificações horizontais – não consideram o fator tempo, nem a evolução dos organismos. São estáticas.
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Classificações artificiais – baseavam-se num pequeno número de características, com poucos grupos e muito heterogéneos.
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Classificações naturais – utilizam todas as informações disponíveis sobre os seres vivos, refletindo as suas afinidades naturais
Classificações filogenéticas
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As teorias evolucionistas provocaram uma “revolução” na taxonomia. Os seres vivos passaram a ser classificados com base não só nas semelhanças e diferenças estruturais, mas também na sua história evolutiva;
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As classificações filogenéticas introduziram na taxonomia uma dimensão – o tempo;
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São muitas vezes expressas sob a forma de árvores filogenéticas.
Fig.1 - Quadro Síntese
Evolução dos Sistemas de Classificação
No tempo de Lineu, os seres vivos estavam distribuídos por dois reinos – Reino Animal e Reino das Plantas.
Os protozoários eram colocados no reino animal, na medida em que eram móveis e o seu tipo de nutrição era a ingestão.
A partir do século XIX, com o desenvolvimento da microscopia óptica e da tecnologia bioquímica, surgiram problemas na classificação dos seres vivos.
Da classificação em dois reinos evolui-se para as classificações em três, quatro e cinco reinos.
Haeckel, em 1886, propôs um sistema de classificação em três reinos.
Copeland, mais tarde, verificou que os organismos incluídos no reino Protista, embora todos unicelulares, apresentavam organização celular muito diferente. Alguns apresentavam membrana nuclear bem definida, enquanto que em outros ela não existia. Assim, propôs um sistema de classificação em quatro reinos.
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Classificação de Whittaker
O sistema de classificação de Whittaker em cinco Reinos baseia-se nos critérios:
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Organização estrutural
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Tipos de nutrição
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Interacções nos ecossistemas
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Organização estrutural:
Célula eucariótica ou procariótica; unicelularidade ou multicelularidade.
Reino Monera – seres procariontes
Reino Protista – seres eucariontes unicelulares.
Reino Plantae, Fungi e Animalia – seres eucariontes multicelulares.
2. Tipo de nutrição:
Obtenção do alimento.
Monera – seres fotossintéticos, quimiossintéticos e por absorção.
Protista – por absorção, ingestão ou fotossíntese.
Plantae – seres fotossintéticos.
Fungi – por absorção.
Animalia – por ingestão.
3. Interações nos ecossistemas:
Interações alimentares
Produtores – seres autotróficos (plantas).
Macroconsumidores – seres heterotróficos que ingerem alimento (animais e alguns protistas).
Microconsumidores – seres heterotróficos que decompõem matéria orgânica e absorvem produtos (bactérias e fungos).
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Numa versão modificada, em 1979, Whittaker passou a incluir no reino Protista seres eucariontes unicelulares e alguns seres multicelulares de reduzida diferenciação
Fig.2- Classificação de Whittaker
Alguns sistemas baseados em dados moleculares consideram pra a ordenação da vida um sistema de três domínios: Archaebacteria, Eubacteria e Eukariota
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Alguns microbiólogos vão mais longe e, baseados em dados moleculares e cladísticos, dividem os organismos dos Reinos Monera e Protista em vários Reinos, passando, igualmente, alguns organismos do Reino Protista para o Reino Fungi, Plantae ou Animalia.
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Todas estas evidências levam a afirmar que a Taxonomia é uma ciência em constante evolução. Apesar de todas as propostas apresentadas posteriormente, o sistema de classificação de Whittaker em cinco reinos ainda se pode considerar como um dos mais concensuais.

