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Ocupação Antrópica e Problemas de ordenamento
 

       A pressão antrópica excessiva tem contribuído para desequilibrar profundamente os sistemas superficiais. O aumento da população determina maiores necessidades em termos de superfícies agrícolas acarretando, por sua vez, problemas de desflorestação e exploração exaustiva dos solos.

            São inúmeros os problemas resultantes da ação antrópica sobre a superfície terrestre. A escolha de três situações-problema associadas à ocupação antrópica de leitos de cheias e extração de inertes, á ocupação antrópica de zonas costeiras e à construção em zonas de vertente pode fornecer um ponto de partida importante para o estudo dos processos e materiais geológicos, em paralelo com a construção de uma consciência ambiental necessária ao cidadão no século XXI.

            As principais áreas de intervenção da geologia nas sociedades modernas são:

  • Prevenção de riscos geológicos;
  • Ordenamento do território;
  • Gestão de recursos ambientais;
  • Educação ambiental.

O homem altera demasiado rapidamente a paisagem terrestre.

Riscos geológicos- riscos de sismo, de erupções vulcânicas, de inundações, de deslizamentos de terras.

Riscos naturais- fogos selvagens, tufões, secas, tornados, pragas de animais.

            Os geólogos assumem um papel cada vez mais relevante em várias intervenções, tais como: construção de barragens, estradas, ponte; estudo de medidas para proteção de zonas costeiras, prospeção e exploração de matérias-primas e estudos do impacto ambiental.

Ordenamento do território- é o conjunto de processos integrados de organização do espaço biofísico, tendo como objetivo a sua ocupação, utilização e transformação de acordo com as suas capacidades.

            Variando de local para local, em função das características geológicas e climáticas de cada região, as situações de risco geomorfológico podem ser agrupadas da seguinte maneira:

  • Bacias hidrográficas (cheias, explorações de inertes, erosão);
  • Zonas costeiras;
  • Zonas de vertentes (erosão, movimentos de massa);
 
 

Bacias Hidrográficas

           

            A região em que a água das chuvas contribui para alimentar em rio constitui a bacia hidrográfica e os rios que a ocupam constituem a rede hidrográfica (conjunto de todos os cursos de água, mais ou menos organizados).

            A água de precipitação, que cai na bacia hidrográfica, é recolhida pela rede hidrográfica, que a transporta de uns rios para outros até chegar ao rio principal, que a conduzirá ao mar. Os cursos de água com o mesmo sentido de drenagem e uma única saída constituem em bacia hidrográfica.

            Os limites das bacias são condicionados pela topografia e inclinação das camadas geológicas. Alguns tipos de bacias fluviais:

  • Exorreicas- atingem o mar
  • Endorreicas- desaguam no interior do continente

            A velocidade da água- condicionante da erosão, transporte e sedimentação é condicionada pelo declive, forma e constituição do lito e competência. A competência do rio, quantidade de sedimentos transportados por unidade de volume, contribui para a função erosiva do rio.

            Quanto maior for a carga, maior será a sua capacidade erosiva.

Leitos- espaços mais ou menos bem determinados para onde os cursos de água tendem a correr.

Margens- os limites laterais do rio.

 

            Tipos de Leitos

  1. Leito aparente/ordinário- Leito onde habitualmente circulam as águas e os materiais transportados. Constituído por um canal mais ou menos profundo, talhado no leito maior.

  2. Leito de estiagem/ Leito menor- leito que corresponde a uma estreita faixa, em geral sinuosa, que se forma no período de menor caudal.

  3. Leito de chuva/ Leito maior- leito que corresponde ao espaço ocupado pelo curso de água nos períodos de maior precipitação.

 

 

 

 

 

 

 

Fig.1- A:Leito de estiagem/ leito menor; B: Leito aparente/ ordinário;

C:Leito de cheia/ leito maior (ocorre inundação)

Fonte:http://www.geografia7.com/uploads/3/1/4/8/3148044/5310967_orig.jpg

     

    Os rios desempenham um triplo trabalho geológico que compreende ações: erosão e meteorização, transporte e deposição dos materiais ou sedimentação.

 

Erosão e meteorização

     Durante este processo, ocorrem o desgaste e a remoção dos materiais rochosos que constituem o leito de um rio. Isto deve-se à pressão que a água em movimento exerce sobre as saliências do leito e das margens.

Transporte

    Durante este processo, a corrente de água arrasta os detritos rochosos erodidos. O transporte dos detritos pelas águas dos rios pode fazer-se pelos seguintes processos: suspensão; saltação; arrastamento; rolamento.

   As partículas dissolvidas e em suspensão deslocam-se à mesma velocidade da água; nos outros processos, a velocidade de deslocação das partículas é inferior à da água.

Sedimentação

     Este processo consiste na deposição dos materiais quer ao longo do leito quer nas suas margens. A deposição de materiais nas margens é importante principalmente quando ocorrem cheias e o rio galga para a planície de inundação (onde se formam os aluviões que tornam essas zonas muito férteis). Após a deposição os materiais designam-se por sedimentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig.2- Ciclo Sedimentar

Fonte: http://fossil.uc.pt/imags/Ciclo%20sedimentar.jpg

 

     A alta velocidade da água resulta, geralmente, em erosão e transporte, a deposição ocorre quando a velocidade é baixa. Quando o leito é estreito, a velocidade é maior. Se é largo, a velocidade é menor. Se apresentar detritos grosseiros, a velocidade da água também pode diminuir, devido ao atrito.

  Uma barragem é uma barreira que tem como função por exemplo, produzir eletricidade. O armazenamento da água na albufeira pode trazer alguns benefícios. Esta água pode ser usada para o abastecimento das populações, na irrigação de terras agrícolas e pode ter aproveitamento hidroelétrico.

Quando ocorre uma precipitação fora do normal, o excesso de água fica armazenado na albufeira, podendo evitar inundações fluviais catastróficas a jusante (foz).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig.3- Esquema da alteração do perfil de um rio após a construção de uma barragem

Fonte: www.google.com

Nota: Criar barreiras alteramos o perfil do rio, vem menor quantidade de água e para tás da barreira existem as inundações quando o nível do rio aumenta muito.

 

Zonas costeiras- ocupação da faixa litoral

 

      O litoral é a área de influencia direta ou indireta da ação do mar.

     Formas de erosão resultam do desgaste provocado pelo impacto dos movimentos das águas do mar sobre a costa. A este desgaste provocado pelo mar dá-se o nome de abrasão marinha.

     A erosão marinha ou abrasão tende a regular a linha de costa, desgastando as áreas mais salientes (cabos, arribas, etc) e depositando materiais nas reentrâncias da costa, através dos processos de:

  • Desgaste ou erosão das arribas pela força das ondas;
  • Transporte, pelas correntes costeiras, dos materiais resultantes do processo de desgaste, que aumentam o poder da erosão marinha.

     As transgressões marinhas são o avanço do mar sobre as áreas continentais. Enquanto as regressões marinhas são o recuo do mar devido a movimentos internos da Terra que provocam o levantamento dos continentes, ou provocam o desgelo consequentemente a descida do nível medio das águas do mar.

     Os efeitos da abrasão são especialmente notórios em costas altas e escarpadas, chamadas arribas ou falésias. Por exemplo a Ponta de S. Lourenço- na Madeira.

     A abrasão ocorre na base da arriba, em que o impacto das águas sobre as rochas vai escavando e provocando a queda de detritos que se acumulam nas zonas mais baixas, constituindo uma superfície designada por plataforma

 

 

 

 

 

 

             

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                          Fig.4- Ponta de S. Lourenço- Madeira

Fonte: Fotografia tirada por Sofia Costa

 

     Formas de deposição- os materiais podem construir formas diversas como praias, restingas, ilhas barreiras, tômbolos,etc.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig. 5- Formas litorais de acumulação

Fonte:http://2.bp.blogspot.com/_81I5Smd6xFI/S6pawr7r57I/AAAAAAAAAPM/LqprEGNaYD0/s1600/Nova+imagem+(33).png

 

  • Os acidentes da linha de costa ou formas de relevo litorais resultam da predominância da erosão marinha e outras da acumulação de sedimentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nota: Todas as fotos acima apresentadas foram tiradas de diversos sites relacionados com o tema- O Litoral. Clique e visualize melhor!

 

Obras de intervenção na faixa litoral

            Várias intervenções, nos últimos tempos, tiveram de ser aplicadas na faixa litoral. Em vez de solucionar os problemas resultantes do avanço do mar, em consequência do aquecimento global da Terra, apenas tem agravado ou deslocado para outros locais.

            Nessa tentativa são construídas obras transversais á linha da Costa obras de proteção como, os esporões, os paredões ou quebra-mares.

 
 

     Após a construção de esporões, verificou-se a retenção das areias a ocidente destes, mas ocorreu deficiência de abastecimento de areias nos locais situados a oriente e consequentemente, aumentou a erosão o que conduziu à construção de sucessivos esporões. Na imagem ao lado encontra-se um exemplo de muitos existentes em todo o mundo. Aqui na Angola foi preciso o ser humano intervir na tentativa de reduzir os efeitos do mar sobre o litoral.

 

 

 

 

Fig.6- Campo de esporões do Lobito (Angola)

 
Fonte:http://esporoes.no.sapo.pt/paginas/imagens/campodeesporoesdolobito.gif
 
Notas:

           O litoral constitui um sistema que se encontra em equilíbrio dinâmico e que resulta da interferência de inúmeros fatores.

            A intervenção humana pode afetar esse equilíbrio e causar perturbações muitas vezes catastróficas e irreparáveis.

            É necessário uma compreensão profunda dos diversos processos geológicos que condicionam a evolução do litoral, para proceder a um ordenamento sustentável de todas as zonas costeiras.

 

Zonas de Vertente

 

     As zonas de vertente, sendo locais de instabilidade geomorfológico, implicam que os materiais geológicos situados nas zonas superiores tendam a ser mobilizadas para as zonas inferiores, com consequências por vezes, em termos de perda de vidas ou de danos no edificado (no que foi construído).

     Movimento em massa consistem em deslocamentos, em zonas de vertente, de grandes volumes de materiais, solo ou de substrato rochoso, devido à ação da gravidade. O movimento de massa ou movimento de materiais soltos ocorre devido ao acentuado declive que muitas zonas de vertente apresentam. São locais onde a erosão é muito acentuada.

     A deslocação dos materiais rochosos pode ser abrupta-avalanche ou ocorrer mais lentamente, provocando escorregamentos.

     A água é um importante fator para a ocorrência de movimentos de massa.

 

  • Causas dos movimentos de massas

 

Fatores Condicionantes                                                Fatores desencadeantes

  1. Força de gravidade;                                                   1. Precipitação; 

  2. Inclinação de terrenos;                                              2. Ação do Homem;

  3. Teor de água no solo;                                                3. Ocorrência de sismos;

  4. Tipo de materiais;                                                      4. Tempestades nas zonas costeiras.

  5. Variações de temperatura.

 

Minimizar ou anular os riscos de movimentos de massa

  1. Remoção ou contenção (pregagens, muros de suporte)

Plataforma de Abrasão
Arriba
Baía
Cabo
Golfo
Península
Estuário
Dunas
Ilha

Biologia e Geologia 11º Ano

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